Já perdi o sono por inúmeros motivos ... 
Chorando por um suposto amor não correspondido, pensando como seria a tão esperada festa de aniversário, preocupada com aquela monografia que mal tinha tempo para terminar de digitar, com medo da cirurgia do dia posterior, confusa mediante minhas decisões, ansiosa por ministrar minha primeira aula... Mas, nenhuma das minhas noites de insônia, foram por sentir uma felicidade estrondosa. 
Um filme, uma arrumada no quarto, um lanchinho da noite e até mesmo Carlos Drummond resolve me fazer companhia com suas admiráveis poesias. Quase nunca leio poesia, é raro, mas quando me pego lendo... HUmmm... Já sei que algo esta acontecendo...É a revolução do amor? Afinal, ele muda mesmo a gente? 
E quantas vezes já jurei nunca mais amar, quantas regras já me impus, posso ter ferido alguém como consequência das dores que me causaram. Há quem diga que superar uma paixão não correspondida, é o mesmo que superar um vício. Mas será o amor assim? Parecido com um vício? 
Todo viciado possuí as mesmas características, você precisa daquilo, se sente pra baixo se não tem, o seu corpo precisa (no caso do amor, talvez a alma precise ainda mais que o corpo) aquilo faz parte de você. Talvez eu esteja mesmo viciada em você, quebrando mais uma das minhas regras, exposta mais uma vez a viver sentimentos que podem também fazer sofrer. 
Por maior dor, que um amor mal vivido pode vir a causar, a vida se torna descaradamente mais intensa quando se ama. Amor, não é só aquilo que se sente por um homem ou uma mulher, o amor está em cada detalhe da vida. O cuidado que se tem em abaixar o vidro do carro quando alguém sente frio, é amor. A boa alimentação é amor, amor próprio. Quem não sabe amar a si mesmo, jamais saberá amar outra pessoa. 
O homem, como ser da razão, tenta descobrir todos os enlaces da vida, entre eles o amor. Mas na minha opinião, o amor não pode ser desvendado, é sobrenatural e imaterial. Um ser que não consegue ao menos guardar consigo e ter acesso a todas as memórias de uma vida, poderá desvendar algo tão mágico como o amor? 
Ele está longe de qualquer entendimento, afinal, me custou a perceber, que ele deve ser vivido e não entendido. 

‘’não se deve chingar a vida, 
A gente vive depois esquece. 
Só o amor volta para brigar, 
Para perdoar. 
Mas, se não fosse ele, também 
Que graça que a vida tinha?’’ 


Carlos Drummond de Andrade


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